We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.
/

about

A condição forçada à mulher na sociedade em que vivemos é a de ser explorada em todos os âmbitos e de todas as formas. O sistema capitalista como extensão do patriarcado está erguido sobre a dominação e esgotamento do sexo feminino, obrigadas a se submeterem não apenas à exploração reconhecida como produção de valor e disfarçada de trabalho, mas também a outras ignoradas; além de ocupar algum cargo remunerado para tentar suprir o custo de vida cada mais inalcançável, a mulher tem de atender os desejos do homem para que ele possa descansar e voltar ao seu trabalho, assim como cuidar das crianças para que cresçam e possam também trabalhar. Dessa forma não só gera valor com seu trabalho, como sustenta o sistema de produção em suas costas ao exercer a manutenção da força de trabalho; é o sangue das mulheres que lubrifica as engrenagens do capitalismo.

Algo tão abominável só é visto como admissível porque não é enxergado como exploração; o corpo da mulher não é considerado seu, mas propriedade pública utilizada para satisfazer os desejos sexuais e de poder masculinos, as metas de produção e interesses econômicos, e o que mais puder ser alcançado através de sua degradação. Necessidades fundamentais à vida como a autonomia e controle sobre o próprio corpo são alienadas das mulheres e desfiguradas em “direitos” - a coisas básicas como a escolha do aborto, e que nunca pertenceram a quem os controla, os homens. O útero não é mais parte da mulher, senão um instrumento condenado a gerar novxs trabalhadorxs e manter os sistemas de exploração que se impõe sobre ele. O corpo da mulher na visão dos homes não é senão um produto a ser prostituído ou comprado por um anel e usado até a morte.

É cínico pensar que em tal cenário de desolação a libertação real das mulheres possa ser alcançada pela concordância com as normas econômicas e políticas dominadas historicamente pelos homens; foi se alimentando da carne das mulheres que essa estrutura de violência se construiu, e não pode se manter sem esse regime atroz. Não há fim de qualquer tipo de exploração senão com o fim do patriarcado.

lyrics

Ela é toda sua agora. Mais uma posse privada de liberdade. Por um anel o homem compra sua mulher, a principal das prostitutas e empregadas que tiraniza. O mesmo anel que desfigura seu rosto quando ela não se faz de servente sem vida e quebra seus ossos por desprezo. Mas foi pago o preço do amor e felicidade vitalícios em comunhão. Ela é toda sua agora.

credits

from Pr​ó​-​Explora​ç​ã​o, released February 9, 2013

license

tags

about

Narayama São Paulo, Brazil

grindcore anticapital

contact / help

Contact Narayama

Streaming and
Download help

Report this track or account

If you like Narayama, you may also like: